4 Perguntas sobre a Condução das Devoções Familiares - Editora Shemá

4 Perguntas sobre a Condução das Devoções Familiares

P: O que é o discipulado familiar?

R: Todo pai está influenciando seu filho, às vezes de maneira grande e óbvia, contudo mais frequentemente de formas comuns e pequenas. Para os pais cristãos, exercemos essa influência intencionalmente para ajudar nossos filhos a conhecer e seguir nosso Deus. O discipulado familiar é a liderança espiritual incrivelmente importante — embora ordinária, em sua maioria — que os pais dão ao lar.

É criticamente importante entregar nossas vidas ao serviço de levar nossos filhos a serem discípulos e amigos de Jesus. Em primeiro lugar, isso é central porque o Senhor merece nossa adoração. Qualquer outra pessoa ou coisa ao redor da qual nossa família orbite se revelará desesperadamente insuficiente. Em segundo lugar, o Senhor exige isso de nós. Várias vezes nas Escrituras, há expectativas explícitas e implícitas de que comunicaremos e inculcaremos à próxima geração o que recebemos do Senhor. Se Deus ordenou, então essa tarefa deve ser uma prioridade para seus seguidores. Em último lugar, não há nada melhor para a alma de uma criança do que ser resgatada e redimida por Jesus. Portanto, para os pais, não há jeito melhor de aplicar o tempo do que no diligente esforço de guiar uma jovem alma a conhecer seu Senhor.

Por mais importante que o discipulado familiar seja, é melhor quando ele acontece no ordinário. Felizmente, às vezes haverão experiências supremas que apontarão uma família para Cristo, mas com uma frequência maior e de forma mais efetiva, o discipulado familiar será realizado através das pequenas interações constantes e normalmente comuns entre pais e seus filhos. O discipulado família é melhor quando não é incomum ler a Bíblia juntos, orar juntos ou conversar sobre teologia juntos. Essas coisas se tornam normais quando são tecidas no ritmo cotidiano da vida familiar. A melhor versão da liderança espiritual no lar cristão é aquela com uma consistência natural, típica e rotineira.

P: Deus me responsabiliza pela salvação dos meus filhos?

R: Se a salvação dos filhos dependesse da qualidade da educação que eles recebem dos pais, nunca mais veríamos uma criança salva. Nenhum de nós pode criar um filho de maneira tão maravilhosa, por nossos próprios esforços e obras, que ele encontre Jesus. A salvação de um filho é pela graça através da fé somente e por isso, nenhuma mãe ou pai pode se gloriar da obra de criação de suas mãos. O crédito de toda salvação que temos a honra de ver é de Cristo.

Essa verdade nos liberta ao mesmo tempo que nos coloca em uma missão. Ela nos liberta porque podemos ter certeza de que nenhum filho que está longe da fé, não obstante, os melhores esforços dos pais, é motivo para vergonha ou autocensura. Mães e pais não deveriam se abater por filhos pródigos, pelo contrário, devem continuar agarrando-se à esperança de redenção, pois não há causas perdidas para o evangelho. Essa verdade também nos liberta para adorar a Deus com e por nossos filhos quando seus corações não se voltam para Ele. Uma vez que participamos do processo, mas não recebemos nenhum crédito pelo resultado, podemos verdadeira e livremente adorar nosso Deus que é digno de louvor pela salvação de nossos queridos.

A falta de capacidade para salvar os filhos, contudo não isenta os pais de se esforçarem. É uma verdadeira honra e privilégio que, embora Deus salve, ele tenha convidado mães e pais imperfeitos para o processo pelo qual ele frequentemente realiza isso. Ao fazer discípulos em nossas próprias casas, estamos fielmente plantando as sementes da verdade e regando-as, reconhecendo que, embora somente Deus dê o crescimento, estamos participando da grande comissão que o próprio Cristo nos deu de fazer discípulos em todos os lugares. Esse “todos os lugares” inclui a mesa de jantar, o carro, o parquinho e todos os outros lugares onde estamos em família.

P: Como posso me equipar o suficiente para ensinar minha família sobre Deus?

R: Você não precisa ser um mago da teologia ou ter treinamento teológico para ensinar sua família sobre Deus. Não nenhum pré-requisito educacional para você se tornar um pai ou uma mãe piedosa. O discipulado familiar pode ser difícil ou intimidador para qualquer pai, ainda mais para aquele que está lidando com seu próprio conhecimento, estudos ou dúvidas. Se você está imaginando uma família sentada ao redor de uma fogueira ou mesa enquanto você palestra prolífica sobre Deus de uma maneira que sua audiência familiar implora por mais, está na hora de você redefinir suas expectativas.

O discipulado familiar deve, com certeza, envolver alguma forma de estudo da Bíblia, mas sua liderança dele não precisa ser profissional. Há muitos recursos disponíveis para ajudá-lo na liderança devocional de sua casa e esse momento pode ser tão simples quanto ler uma parte das Escrituras e perguntar: “Se isso é verdade, o que isso muda sobre nós e nossas vidas?”

Lembre-se de envolver sua família na conversa. O melhor ensino é mais do que apenas falar. Sua família não precisa apenas que você diga a eles o que é a verdade; você os ajudará ao fazer boas perguntas sobre as implicações da verdade de Deus em suas vidas, bem como ao considerar sobre como o projeto único de Deus para cada um tem implicações no propósito para o qual Deus os chamou.

Ao mesmo tempo, se você deseja ser orientado no ensino ou na conduta de comportamento, ou em algum outro aspecto da paternidade/discipulado, nunca é uma má ideia tentar crescer nessas áreas. Considere criar um relacionamento de aconselhamento com uma pessoa que você admira ou ler alguns recursos para pais.

P: Como crio um plano para liderar minha família?

R: Em vez de pensar em toda a assustadora tarefa de liderar cada filho — do nascimento à idade adulta — de uma só vez, criar algumas categorias que construirão uma estrutura para sua casa e dividirão seu plano em partes menores pode ajudar. Pense em seu plano de discipulado familiar dividido em quatro categorias principais: modelagem, tempo, momentos e marcos.

Sua caminhada genuína com Deus é o aspecto mais crítico do plano de discipulado de sua família. Antes de considerar liderar meninos e meninas, pense em como você mesmo é um filho do Pai Celestial. Como são seus ritmos pessoais de disciplinas espirituais? Se você é casado, como é para vocês buscar o Senhor, tanto juntos como separados? Claro, você não será perfeito e seus filhos não precisam que você seja, então pense em como é o arrependimento para você. Como você pode assumir suas próprias deficiências diante de sua família e se esforçar para cuidar diligentemente de sua própria alma?

Se você está seguindo a Deus sincera e pessoalmente, então é hora de pensar em quais horários programados ou separados você se reunirá com sua família para intencionalmente falar sobre o Evangelho e vivê-lo. O tempo de discipulado familiar é incorporado ao ritmo de sua família e reservado para este único propósito. Se você tem filhos mais novos, esse momento pode ser incorporado na rotina da hora de dormir ou das refeições. Se seus filhos forem mais velhos, pode ser um café da manhã semanal juntos. Seu plano deve ser mais personalizado e certamente precisará ser ajustado à medida que as crianças crescem e mudam. Cada família, assim como cada membro da família, é diferente, então os horários programados precisarão ser flexíveis para se adequar à família que Deus lhe deu. Mas, independentemente de como é a sua família, você deve considerar separar um tempo de discipulado diário, semanal ou mensal.

Assim que você tiver um plano de como serão os momentos rotineiros dedicados ao discipulado familiar, considere como você pode aproveitar melhor os pequenos momentos que surgem em suas interações familiares regulares. Chamamos isso de momentos de discipulado familiar. Eles são mais esporádicos e imprevisíveis, mas não são contribuições menos importantes para o seu plano geral. Você pode procurar oportunidades para discipular em diferentes circunstâncias, como uma disciplina quando seu filho está com problemas, uma celebração quando seu filho tem sucesso em alguma coisa ou abordando circunstâncias emocionais específicas como medo, ansiedade, raiva ou alegria.

Agora que você um plano regular e contínuo de discipulado familiar, vale a pena dedicar algum tempo para pensar em como você lidará com os pontos altos e baixos da vida de seu filho através do evangelho de nosso Deus fiel. Chamamos isso de marcos de discipulado familiar. Como você criará marcos para celebrar os melhores momentos da vida de fé de seu filho ou ajudá-lo a entrar na vida adulta? O que você dará a eles para lembrá-los de tudo o que eles têm em Deus? Além disso, os pontos mais baixos também são oportunidades significativas de discipulado. Mortes, abusos, separações e outros eventos traumáticos ainda são oportunidades para você lembrar seu filho de nosso Deus constante e amoroso.

 

Adam Griffin é coautor, junto com Matt Chandler, de Family Discipleship: Leading Your Home through Time, Moments, and Milestones (Discipulado Familiar: Liderando seu Lar através do Tempo, dos Momentos e dos Marcos.

Adam Griffin (DEdMin, The Southern Baptist Theological Seminary) é pastor titular da Eastside Community Church in East Dallas, Texas. Ele já serviu como presbítero e pastor de formação espiritual na Village Church. Adam vive com sua esposa Chelsea, e seus três filhos Oscar, Gus e Theodore, em Dallas, Texas.

Esse artigo foi traduzido  do artigo original publicado em inglês com a permissão da Crossway. (https://www.crossway.org/articles/4-questions-about-leading-family-devotions/)

 

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