Descobrindo Estratégias

por Glenda Faye Mathes

Tempo de leitura: 8 minutos

Descobrindo Estratégias

O que os pais podem fazer quando seus filhos não gostam de ler? Esse problema, como qualquer outra dificuldade paternal, deve ser banhado com paciência e oração. Nossa cultura alimenta a expectativa de resultados imediatos, o que raramente acontece na realidade. Os pais também precisam entender o quanto precisam depender de Deus para sua própria capacitação e para a mudança de comportamento de seus filhos. Enquanto você ora pedindo orientação por estratégias mais efetivas, lembre de orar também por paciência no processo.

Cultivando Perspectivas

As mudanças podem começar com o cultivo de perspectivas positivas em sua família. Em vez de rotular alguém como um leitor ruim, encoraje cada membro da família (talvez até você mesmo) a pensar: “eu sou um leitor”. Ao invés de se estressar tentando conseguir um tempo para ler, aprenda a pensar em termos de ter liberdade para ler. Pratique mostrar e explicar. Permita que as crianças vejam você deleitando-se nos livros e invista tempo para compartilhar descobertas relevantes ou trechos engraçados.

Cerque as crianças de bons livros. Mostre a prioridade da leitura enchendo estantes de livros ou cestas e deixando os livros infantis ao alcance delas. Você pode ajudar seu filho a montar uma biblioteca pessoal. A presença de livros na casa aumenta a cultura literária e outras habilidades na vida adulta. Visite bibliotecas regularmente, transformando a experiência em um passeio divertido. Conversas sobre as expectativas e os limites dos limites previamente pode ajudar a manter a visita calma e agradável para pais e filhos.

Controlando a Tecnologia

Avalie suas próprias dependências e largue seus dispositivos para estar completamente presente para seus filhos. Regras e métodos de prestação de contas podem trazer benefício para algumas famílias. Mas acredito que o melhor caminho para enfraquecer os tentáculos da Tecnologia é uma criação integrada da nova natureza.

Deuteronômio 6.6-9 descreve um estilo de educação integrada. Primeiro devemos conhecer a Palavra de Deus e guardá-la no coração. Então poderemos comunicar as verdades bíblicas para nossos filhos enquanto estivermos sentados em casa, colocando-os para dormir, andando no comércio ou dirigindo para a escolinha de futebol. Essa educação consistente ajuda pais e filhos a reconhecerem a verdade, a bondade e a beleza de Deus em nosso mundo e em todas as palavras. Andy Crouch incentiva um estilo de vida similar em Sabedoria Digital para a Família. Ele sugere compromissos específicos e explora maneiras de ajudar famílias a construir sabedoria e caráter.

Lendo em voz alta

Ler para seus filhos nutre a alegria ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento da criança e a formação dos laços familiares. Os benefícios para crianças e adolescentes ultrapassam as habilidades de linguagem e literárias, sendo a alegria a recompensa principal. Sigmund Brouwer escreve: “Ler em voz alta desde a mais tenra idade mostrará a seus filhos — sendo eles leitores relutantes ou ávidos — o prazer das palavras escritas.”

A leitura em voz alta ajuda a família a relaxar antes de dormir. Crie um círculo de amor e luz, desligando outras luzes e todos os eletrônicos. Permita que as crianças se acomodem se preferirem, mas não insista em que fiquem sentadas imóveis. Algumas crianças escutam melhor enquanto estão pintando ou brincando. Demonstre diversão suficiente para atrair os adolescentes para a história e para o círculo familiar.

Divirta-se na experiência. Liberte seu ator escondido lendo expressivamente. Pergunte e permita perguntas ou comentários, explique palavras ou conceitos confusos. Pare a leitura antes que o interesse diminua para deixar o palco preparado para a próxima sessão.

Livros ilustrados são adequados para períodos curtos de atenção, mas mesmo crianças mais novas conseguem acompanhar enredos com capítulos curtos e personagens interessantes. No início, evite clássicos com linguagem arcaica e conceitos desconhecidos. As melhores escolhas podem ser mistérios mais simples ou fantasias divertidas. Não espere que seus filhos amem os seus livros favoritos na infância. Se um livro não está prendendo a atenção, tente outro.

Ouvir audiolivros enquanto vocês viajam ou trabalham juntos faz com que atividades tediosas passem rápido. E pode introduzir os leitores relutantes à alegria das grandes histórias.

Escolhendo Bons Livros

Ao escolher um livro, fique atento tanto ao conteúdo quanto à qualidade. Faça duas perguntas: “Qual é a cosmovisão desse livro?” e “A escrita é boa?”

Muitos livros e recursos online podem ajudar.  Gladys Hunt estabeleceu o padrão com Honey for a Child's Heart (Mel para o Coração da Criança), mas existem livros semelhantes. É fácil pesquisar recomendações para leitores relutantes nos sites Read-Aloud Revival e Redeemed Reader. Essas sugestões geralmente incluem histórias em quadrinhos, que podem ser uma estratégia eficaz para algumas crianças.

Considere os interesses e habilidades. Crianças podem ficar frustradas facilmente ao tentar ler algo que acham chato ou além de sua capacidade. Mas se esforçarão ao máximo para ler alguma coisa sobre o que estão interessadas no momento.

Escolha livros com personagens principais um pouco mais velhos que o leitor em questão. Livros com protagonistas mais novos podem parecer arrogantes, enquanto aqueles com personagens muito mais velhos provavelmente serão mais difíceis ou maduros.

Leia uma página ou duas. Se a escrita não te atrair para a história, ela provavelmente não capturará a atenção de uma criança. Uma série interessante pode ser uma estratégia excelente. Depois que as crianças terminarem e gostarem do primeiro livros, elas vão querer ler os próximos. A série The Boxcar Children, histórias sobre irmãos unidos resolvendo mistérios, foi a chave para desbloquear a felicidade do meu filho.

Que você e seus filhos descubram as recompensas e o deleite da leitura.

A AUTORA

Glenda Faye Mathes é escritora profissional apaixonada pela excelência literária. Ela escreveu quase mil artigos e vários livros de não-ficção, bem como a série ficcional Matthew in the Middle. Glenda tem sido palestrante convidada em conferências para mulheres e em palestras para presidiárias.